Chuvas extremas e crimes ambientais continuam prejudicando comunidades indígenas e ribeirinhos que residem ao longo da Bacia do Rio Formoso

Por: Gabes Guizilin

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No dia 24 de março foi decretado pela prefeitura estado de emergência em Lagoa da Confusão e nas regiões próximas devido à condição extrema de cheias causadas pelas chuvas. Várias comunidades indígenas acabaram sendo prejudicadas pela enchente, como os Krahô de Takaywrá, devido a má manutenção das estradas que dão acesso a Aldeia Crim Patehi. O principal acesso do Povo Kanela é pelo Formoso do Araguaia, que também foi bloqueado pelas enchentes.

Renato Pypcrê Krahô, um dos representantes de sua aldeia, relatou os problemas enfrentados pela comunidade nos últimos dois meses, desde o começo das cheias. “A falta de alimento fez com que muitos animais morressem e isso afetou diretamente a nossa alimentação”, lamenta. 

Renato Krahô relatou que foi necessário retirar crianças, anciãos e mulheres grávidas da aldeia para assegurar a sobrevivência dos mais frágeis. “Nós temos um problema muito sério de saúde com o aumento da água, ficar com os pés dentro da água o dia inteiro causa frieira e outros problemas relacionados à exposição prolongada”.

A moradora da comunidade pertencente à Área de Proteção Permanente (APP), Marilley Leite de Sousa, relatou a extremidade da situação. “É perigoso essa cheia porque fizeram uma represa cercando os moradores”. Marilley apontou os problemas que as enchentes trazem para os animais da comunidade, “o gado está dentro da água, vamos ter que fazer a mesma rotina de alugar pasto sem precisão por causa de irresponsabilidade”.

O promotor de Justiça, Francisco Brandes Júnior titular da Promotoria Regional Ambiental da Bacia do Alto e Médio Araguaia trava uma luta longa contra a organização de crime ambiental que ocorre na bacia do Rio Formoso, mas após seis anos conseguiu uma decisão do juiz da 1ª Vara de Cristalândia,  que criminaliza o Estado do Tocantins em nome do Instituto Natureza do Tocantins  (NATURATINS).


O Naturatins foi condenado pela má utilização e manutenção da Bacia do Rio Formoso. Na decisão, o magistrado considerou as quatro fases do Projeto de Gestão de Alto Nível da Bacia do Rio Formoso: de diagnóstico de disponibilidade hídrica, de diagnóstico da demanda hídrica, de monitoramento eletrônico da bacia; e de revisão das outorgas e das regras de operação.

Revisado pela Profa.Maria de Fátima de Albuquerque Caracristi

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