O coordenador do Movimento pela Reintegração das Pessoas atingidas pela Hanseníase no Brasil (MORHAN), Arthur Custódio está na Índia onde ocorre o 2º Fórum Global de Organizações Populares de Pessoas com Hanseníase. As atividades ocorrem no Novotel Hyderabad, com a participação do Nepal, Senegal & Dameda Fundation, Nigéria, Quênia, Serra Leoa e o Brasil dentre outros.
No ano de 2019 a OMS registrou um total de 202 mil 185 novos casos da hanseníase. Do total de casos 27. 864 ocorreram no Brasil, 1.545 (5.5%) em indivíduos menores de 15 anos. As Américas representam 29.936 (93%) do total de infectados do mundo. Quanto ao grau de incapacidade física (GIF) entre os 23 mil 843 (85,6%) avaliados no diagnóstico 2.351 (9,9%) apresenta deformidades físicas
Diante dos dados estatísticos o Brasil é considerado como um país de alta carga para a doença, ocupa o segundo lugar na relação de países com maior número de casos no mundo, ficando atrás apenas da Índia (OMS, 2020).
CORPO ESTIGMATIZADO
O workshop tem o objetivo de romper com o estigma que afeta as pessoas adoecidas pela hanseníase e ocorre na UFT com o tema “Atenção ao Corpo Estigmatizado”, promovido pelo Curso de Enfermagem sob a coordenação da professora Marcela Antunes Popolin.
O evento começou hoje dia 07 de novembro, das 14 às 18 h e vai até amanhã dia 08 das 19h às 21 h, na sala 6 do Bloco D. Segundo a professora Marcela, o que se pretende é “derrubar o tabu que envolve os portadores que em alguns casos ficam com sequelas ou deformidades físicas”.
A hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução crônica (muito longa) causada pelo Mycobacterium leprae, microorganismo que acomete principalmente a pele e os nervos das extremidades do corpo.
A doença tem um passado de discriminação e isolamento dos doentes, que persiste até hoje, embora saiba-se que a hanseníase pode ser tratada e curada.
A hanseníase é transmissível através da respiração, o contágio tem algumas características especiais, é preciso que a pessoa infectada não esteja recebendo tratamento e que o indivíduo saudável tenha um contato prolongado com o infectado.
O período de incubação varia de 2 a 7 anos e entre os fatores predisponentes estão o baixo nível sócio-econômico, a desnutrição, o que contribui para que a doença ainda tenha grande incidência nos países subdesenvolvidos.
Os sinais e sintomas da hanseníase estão localizados principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, nas costas, nas nádegas e nas pernas.
Abaixo segue uma lista dos sinais e sintomas mais comuns da hanseníase:
- Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo.
- Área de pele seca e com falta de suor.
- Área da pele com queda de pêlos, mais especialmente nas sobrancelhas.
- Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (dormências, diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou dor). Neste caso, pode ocorrer de uma pessoa se queimar no fogão e nem perceber, indo verificar a lesão avermelhada da queimadura na pele mais tarde.
- Parestesias (sensação de formigamento na pele, principalmente das mãos e dos pés).
- Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas.
- Edema ou inchaço de mãos e pés.
- Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.
- Úlceras de pernas e pés.
- Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Mais informações: (21)97912-0108 pelo Zaphansen
Imagens do workshop sobre hanseníase que ocorre no bloco D, sala 2, UFT
Arquivo Morhan: Imagem do 2º Fórum Global para promover a dignidade das pessoas afetadas pela hanseníase
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