A confluência da ideologia televisiva e a reverberação do apadrinhamento no Estado.   

ARTIGO DE OPINIÃO

   

Por Gabriel Moraes

“O meu partido defende abertamente, a descriminalização do aborto. A gente defende a legalização. E a TV Record, que é uma rede evangélica, não me chamou para nada, nem para gravar uma entrevista”, foi o que disse Carmen Hannud, candidata a governadora pelo estado do Tocantins, em uma coletiva de imprensa, ocorrida no dia 6 de outubro, no curso de Jornalismo da UFT, sobre a participação da mulher na política.

“[…] Um estado, onde a política é pautada pelo apadrinhamento político e o abuso de poder econômico”, foi outra frase dita por Eutália Barbosa, candidata a deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Eutália também esteve presente na coletiva de imprensa, que também contou com a participação da candidata indígena a deputada federal, Vanessa Xerente.

As constatações levantadas pelas três candidatas apenas reforçam que a política tocantinense está inundada em um emaranhado de fissuras anti democráticas. A participação da mulher enfrenta, mais do que nunca, além de um campo minado de pensamentos machistas, capazes de inibir a participação feminina no Estado, empecilhos de magnitudes alarmantes: a ideologia das emissoras, o apadrinhamento político e as candidaturas laranja.

As emissoras, que canalizam as informações nos estados até a casa do cidadão, estão aprisionadas nas mãos de donos de e afiliados das congregações religiosas evangélicas. A nocividade dessa infestação da moralidade religiosa não é nem de longe uma exclusividade do Estado, mas uma “benção” (entre aspas mesmo) que aterroriza todo o Brasil.  

O apadrinhamento político, não muito distante, do nível de impacto negativo, que a ideologia das emissoras causa no cenário político, também expressam o poço fundo que o Estado se encontra de problemas.

Há mais de 15 anos, o Estado do Tocantins não tem um governador que tenha cumprido os 4 anos de mandato. A necessidade urgente de uma educação política que comece desde o fundamental, seria um impulso na capacitação de uma mudança significativa nesse projeto de governo que se instaurou no Estado. 

Este artigo reflete a opinião exclusiva do acadêmico Gabriel Moraes

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