UFT, DEZENOVE ANOS DEPOIS

Gabriela Cardoso, Ana Beatriz e Maria Antonieta

Escute a Entrevista com os professores do curso sobre os laboratórios

Os avanços tecnológicos ocorridos na comunicação social, principalmente após a Covid-19, impactou significativamente o ensino superior, que se configura em atividades de ensino, pesquisa e extensão. A UFT, maior centro produtor de conhecimento e difusor de ciência do Tocantins, sente após 19 anos, a falta de atualização e equipamentos de ponta nos laboratórios.

Cursos que trabalham diretamente com as mídias digitais, caso do jornalismo, necessitam de atualização nos laboratórios, nos Planos Pedagógicos (PPC), na infraestrutura que dá suporte ao pleno desenvolvimento pedagógico e colabora para a formação dos acadêmicos.

Os laboratórios de redação, produção, rádio e estúdio de TV se localizam no Complexo Laboratorial do Curso de Jornalismo, Professora Verônica Dantas Meneses, no Campus de Palmas. Estes espaços são  os que mais necessitam de atualização tecnológica e maior oferta de materiais básicos.

O sucateamento de equipamentos existentes e a falta de periféricos como webcam e microfones nos computadores, são exemplos. Faltam também softwares adequados e instalados, circuito adequado de iluminação, equipamentos, que são essenciais às práticas educativas.

A professora Maria de Fátima Caracristi, que atua no laboratório de redação do curso, comenta sobre a necessidade de investimentos para a produção e um ensino de qualidade. “A atualização dos equipamentos para produções é essencial, principalmente para os alunos iniciantes”, e muito mais agora com as mídias convergentes”, afirma.

Para a professora, a defasagem afeta negativamente o jornalismo e os projetos em audiovisual, “é preciso  que a universidade acompanhe a dinâmica social, que está sendo alterada, pela própria evolução do tempo e da tecnologia, inclusive a assistiva”. 

As alterações nas práticas de ensino-aprendizagem, principalmente na formação do jornalista, “resultou na necessidade de adequar os laboratórios para as práticas de produção, de acordo com a dinâmica do mercado. “E preciso o investimento em equipamentos atuais para a formação dos alunos” explica a docente.

O técnico do laboratório de rádio, Idglan Bob Maia, diz que “os equipamentos existem e são funcionais, e mesmo defasados, nos esforçamos para que nenhum projeto do curso deixe de ser feito por falta de deles”, explica. “Temos computadores, mas faltam cabos e microfones, temos bons gravadores, mas faltam pilhas para o funcionamento; temos câmeras de qualidade, mas faltam cartões para utilização, ou seja, temos bons equipamentos, temos técnicos para fazer os trabalhos, mas a parte mínima que são os materiais de consumo está dificultando nosso trabalho de um tempo pra cá.” comenta.

O professor Carlos Franco, que atua no audiovisual sente falta de muitos equipamentos que são essenciais para a produção de telejornalismo, por exemplo, “faltam câmeras para gravação de audiovisual e captura de imagens, não temos uma mesa de corte, não temos cartões”, lamenta, “em algumas produções, uso o meu equipamento sempre que um aluno necessita, mas isso acaba prejudicando, porque o curso tem que ter autonomia e os equipamentos básicos,inclusive para empréstimo aos alunos”.

Já tivemos laboratório analógico, fazíamos revelação de fotos, mas os equipamentos sempre foram precários, hoje o laboratório de fotografia opera com 12 câmeras, com a pandemia muitas apresentaram problemas com baterias e com os cartões de memórias“, desabafa a Prof. de fotojornalismo Cynthia Mara Miranda.

Foto: Arquivo Calangopress: Ex-aluna Kamila Xerente, na edição de material de audiovisual.

A professora Cynthia Miranda, que coordena o laboratório de fotojornalismo, disse que as novidades tecnológicas ocorridas ao longo do tempo, interferem nos equipamentos fotográficos. “O laboratório de fotojornalismo já teve vários momentos ao longo da história. Já tivemos laboratório analógico, fazíamos revelação de fotos, mas os equipamentos sempre foram precários, hoje o laboratório de fotografia opera com 12 câmeras, com a pandemia muitas apresentaram problemas com baterias e com os cartões de memórias. ”, lamenta.

COMPLEXO LABORATORIAL

Com a transição dos laboratórios do bloco 2 para o Complexo Laboratorial, Caleidoscópio, que passou a se chamar Verônica Dantas Meneses, em homenagem a professora, que faleceu, no ano de 2019, ocorreram melhorias, a montagem do estúdio de TV, dois mini auditório, espaço de convivência para os alunos, mas a estrutura pedagógica precisa ser atualizada.

A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA

Visão geral do Restaurante Universitário da UFT de Palmas

Giovanna Brito

O Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal do Tocantins, funciona no Câmpus de Palmas desde junho de 2014, faz parte da política de assistência estudantil da instituição e tem por finalidade fornecer refeições balanceadas, higiênicas e de baixo custo à comunidade universitária.

O quadro de funcionários do restaurante é terceirizado, atuam três nutricionistas responsáveis pelo balanceamento das refeições e cerca de 20 funcionários.

A média diária de refeições servidas, varia, “terça e quinta são os dias que a gente mais serve, sendo cerca de 900 almoços e 450 jantares. Agora na segunda, quarta e sexta, que são dias com menor fluxo de alunos, servimos no máximo 700 almoços e 300 jantares”, explica,

O RU tem capacidade para atender a demanda de até 2,5 mil refeições por dia, o restaurante é gerenciado pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (Proest), e, no caso da UFT, também, funciona como laboratório e campo de estágio para alunos de graduação do Curso de Nutrição.

O estudante do curso de Jornalismo, Daniel Teixeira, elogia a variedade do cardápio do restaurante universitário do câmpus. “A comida do RU além de ser deliciosa e bonita visualmente, é muito equilibrada, balanceada e também tem opções vegetarianas para quem não come carne”, afirma.

CRÍTICAS À LOGÍSTICA 

O acadêmico do curso de Enfermagem, Jean Carlos criticou os horários de funcionamento do RU. “A dinâmica de organização do RU não é muito eficiente quanto aos horários dos alunos que fazem as refeições”, ele disse que “apesar de ser aberto das 11h até as 14h, existem picos de lotação e as filas ficam enormes”, conclui Jean Carlos.

Além das filas ocasionais, a aluna de jornalismo Ítria Corrêa, disse que “se a refeição custa R$ 250, não entendo porque preciso colocar no mínimo R$ 5,00 de crédito para poder consumir no RU ?”, questiona.

Os valores cobrados para os usuários por refeição são de R$2,50 para os alunos de graduação, e R$7,00 para servidores e prestadores de serviços. A aluna de jornalismo Ítria Corrêa, disse que “se a refeição custa R$ 250, não entendo porque preciso colocar no mínimo R$ 5,00 de crédito para poder consumir no RU”, questiona, “se eu não tiver R$5,00 para inserir na carteira, fico sem comer, mesmo que a refeição custe R$250”.

A gente quer diversão e arte

Sem espaços adequados para diversão e arte a UFT viabiliza novos projetos de integração 

 Daniel de França e  Henrique Garcia

Entrevista realizada por Daniel França com o prof. Marcial Azevedo e Dimas Magalhães

Ao longo de 19 anos, a UFT cresceu e reformou os espaços de infraestrutura administrativa, mas faltam espaços de convivência e lazer adequados para alunos e professores. Os blocos novos foram construídos para atender as pró-reitorias de graduação, Prograd, de extensão, Proex, de pesquisa, Propesq, de Administração, (Poad), Assuntos Estudantis (Proest), Avaliação e Planejamento (Proap), Gestão e Desenvolvimeto (Progedep).

O campus de Palmas, não tem parque aquático, não há um centro de convivência que integre os cursos, não há quadras cobertas, faltam áreas adequados para práticas esportivas. “Se perde muito sem os convívios”, explicou o professor do curso de Teatro, Marcial de Azevedo, que levanta a questão da falta de mobilização não só dos alunos mas também dos professores para se apropriarem da necessidade dos espaços de convivência.

Para Marcial os alunos do curso de teatro, por exemplo, e de outras áreas de ensino não se manisfestam, “é necessário que os alunos se expressem mais e de maneiras diversas”, disse, “sabemos das atléticas da UFT, que ensaiam na praça dos Girassóis, isso poderia estar acontecendo dentro da instituição”, explica. 

O professor também frisa, que é muito importante ter um espaço onde todos entendam a arte como um lugar aberto ao público em geral, “a arte é o grande exercício democrático, de troca de expressões, através dela chega-se de modo positivo ao que almejamos, mais intervenção nossa, como ocupantes desse espaço, chamado UFT”.

 O diretor de assuntos e ações afirmativas da Universidade Federal do Tocantins, Dimas Magalhães, explica que para solucionar a ausência de espaços de convivência é preciso integrar outros câmpus.

“Nós junto a PROEX e diretores de cada campus, estamos estudando a forma de ampliar esses espaços e atrair alunos, professores, comunidade externa para que façam a utilização da universidade”.  

Para Dimas, a quadra de vôlei de areia e de basquete da modalidade 3 por 3, a famosa “prainha da UFT” e as salas de qualidade de vida que são utilizadas para a prática das modalidades de karatê e judô, são exemplos de projetos de convivência já existentes.  

Biblioteca do câmpus de Palmas está em processo de ampliação para melhor atender a comunidade acadêmica 

A ausência de variedade de obras literárias, falta de atualizações do acervo e serviço de atendimento aos PCDs são pontos a  serem aprimorados no espaço de estudo da UFT.

Marcela Conrado, Lizânia Castro e Adriely Sousa

Entrevista com Edson Oliveira, bibliotecário, no câmpus de Porto Nacional, responsável pelo setor de Acessibilidade Informacional (SAI)

A biblioteca da UFT, do campus Palmas, com seus mais de 4 mil metros quadrados não supre todas as necessidades da população acadêmica. Parte da comunidade sente falta de melhor estrutura e acervo tanto do conteúdo bibliográfico.

Nicole Oliveira é aluna do curso de Jornalismo na UFT, e frequenta a biblioteca quase todos os dias. Ela afirma que a biblioteca possui uma diversidade de livros, no entanto voltados para o jornalismo não há tantas opções assim.

“O acesso àquele acervo das obras principais que são utilizadas nas matérias mais teóricas, são difíceis de serem encontrados, ai precisa estar baixando livro e tudo mais”, comentou.

Área da biblioteca em reforma

Fachada da biblioteca

A aluna ressalta ainda que a falta de espaço na biblioteca é um dos maiores problemas, “quando eu vou estudar percebo que às vezes lotam as cabines e as mesas que ficam no segundo andar e no primeiro”, explica, “os alunos que querem estudar acabam ficando sem um local adequado, seria algo a melhorar”.

Um pouco sobre a história, acervo, ferramentas e espaço da biblioteca

A Biblioteca no Campus Universitário de Palmas é parte integrante do desenvolvimento da aprendizagem, é um centro de informações, que incentiva e assessora tecnicamente o corpo docente e discente quanto a utilização do acervo bibliográfico e dos recursos informacionais existentes.

O espaço atende aos 17 cursos de graduação oferecidos, ao corpo de funcionários técnicos administrativos, professores e a programas de Pós-Graduação Stricto Sensu. A biblioteca tem como finalidade oferecer apoio aos programas acadêmicos da UFT, por meio de serviços e produtos que forneçam suporte para pesquisas acadêmicas.

A fundação da biblioteca da universidade coincide com  a data de inauguração da UFT. Criada em 2000, as atividades tiveram início em maio de 2003, junto à posse dos primeiros servidores efetivos, e transferência dos cursos de graduação da Unitins. 

Emanuelle Santos é uma das bibliotecárias e disse que “o acervo está sendo atualizado frequentemente de acordo com o projeto de modernização e informatização realizado pelo sistema de bibliotecas da UFT”.

O sistema foi estruturado entre os anos de 2021 e 2025, “ainda este ano serão oferecidos e-books para todas as bibliotecas da UFT, acreditamos que vamos integrar a composição dos acervos, físico, digital e virtual no mesmo ambiente”. 

A bibliotecária mencionou que o espaço físico da biblioteca e o planejamento de expansão estão no prazo, mas a entrega da obra finalizada ainda é incerta. “A biblioteca não comporta toda a comunidade acadêmica, que cresce constantemente, por essa razão o espaço tem sido expandido, com a adequação do hall da biblioteca, para oferecer mais salas de estudos, mesas e cadeiras para trabalhos em grupo”, justificou. 

O projeto visa aprimorar o sistema e deixar a estrutura mais acessível para os acadêmicos com deficiência

Edson Oliveira é bibliotecário, no campus de Porto Nacional e participa da Seção de Acessibilidade Informacional (SAI), que  visa a inclusão dos alunos com algum tipo de deficiência da UFT nos espaços de leitura e aquisição de informação bibliográfica.

Edson explica que o projeto de acessibilidade para a universidade surgiu em 2016 e que a iniciativa veio após o diagnóstico do relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), que apontou pendências e falta de acessibilidade da instituição, não só na parte da infraestrutura, mas também, na questão das políticas educativas para  pessoas com necessidades especiais. 

Edson Oliveira é bibliotecário, no campus de Porto Nacional e participa da Seção de Acessibilidade Informacional (SAI), que  visa a inclusão dos alunos com algum tipo de deficiência da UFT nos espaços de leitura e aquisição de informação bibliográfica.

A urgência pela inclusão foi levada em conta devido a crescente entrada de estudantes com deficiência no ambiente acadêmico e que, com o passar do tempo, exigiu da UFT procurar atender às necessidades de permanência desse grupo na universidade. 

Aluna Pollyana Ferreira, com a monitoria do acadêmico Fenellon Milhomem, no estúdio de rádio do curso de jornalismo

Segundo Edson, a proposta do projeto abrange os requisitos da norma NBR 9050: acessibilidade ao espaço da biblioteca e outros ambientes da instituição, mobílias planejadas e tecnologias assistivas. 

Atualmente, os campus de Porto Nacional, Miracema, Araguaína e Tocantinópolis, não tem o SAI, mas contam com o suporte de uma estação de trabalho com ferramentas assistivas. Como destaque da implementação do sistema, o campus de Arraias vem desenvolvendo o atendimento especializado focado nessa temática. 

No câmpus de Palmas, Edson disse que no Bloco 1 “temos o setor de acessibilidade, contudo, esse tipo de atendimento é desconhecido da comunidade acadêmica”.

Seguindo os parâmetros da Cartilha Viver Sem Limite, da UFT, o hall da biblioteca está sendo adaptado para oferecer atendimento especializado, capacitação e ferramentas que ajudarão os estudantes em seus trabalhos. 

Conforme disse o bibliotecário, “o obstáculo maior da academia está na manutenção dos espaços e ferramentas, que ficaram ultrapassadas com o passar do tempo”.

Edson entende que “a acessibilidade não é só estrutural, pois ela envolve atitude”, pontua Edson, “além de reformular propostas e composição dos espaços para acessibilidade, a aquisição desse tipo de tecnologia tem o custo muito alto”, conclui.

O Plano de Distribuição Orçamentária (PDO) exercício 2022 da UFT disponível no site informa que a instituição opera com os recursos próprios, que são aqueles arrecadados pela Universidade por meio da prestação de serviços, como: cursos e concursos, mestrados, comercialização de livros pela Editora Universitária, multas de bibliotecas, registro de diplomas e emissão de documentos, receita de produção animal e derivados, receitas agropecuárias, locação de espaços físicos, leilões de bens inúteis, dentre outras.

As Universidades Federais têm buscado opções variadas de captação de recursos próprios como forma de complementar as verbas aportadas pelo MEC. O valor demonstrado na LOA para os recursos próprios é uma previsão, e só é liberado se a instituição conseguir arrecadar o que estava previsto. Para o ano de 2022, está previsto R$ 5.401.342,00, segundo dados pesquisados no site da UFT relativo ao PDO.

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